
Olá tudo bem com você?
Há duas semanas, como sempre faço, abri espaço para “angústias” sobre Presença de Palco nos stories do meu instagram. Continuarei nutrindo esse assunto independente de quarentena. Eis que me deparo com uma pessoa que me diz que sua maior angústia é ficar parada como um vassoura, e que ela gostaria muito de conseguir se mover enquanto canta!
Respondi perguntando o que a impede de se movimentar? Eis que conversamos particularmente por direct, pois fiz uma provocação que mexe nas estruturas. Mas continuei aqui refletindo, refletindo, refletindo… Então preparando uma aula de expressão corporal para os meus alunos do curso on line me deparo com essa frase: “A imobilidade é, com efeito, um grande obstáculo à percepção do corpo e carregamos partes do nosso corpo que não se mexem há anos. Quanto mais tivermos zonas mortas, menos vivos nos sentiremos.”
Quem escreve isso é Thérèse Bertherate, que continua “É só através da atividade que nossas percepções sensoriais podem desenvolver-se. Mas não de qualquer atividade. Não da atividade mecânica, da repetição do mesmo movimento dezenas de vezes. Isso só serve para exercitar a teimosia, para nos embrutecer. O movimento só serve como revelação de nós mesmos quando tomamos consciência do modo pelo qual ele se realiza“. Isso está no livro que super indico “O corpo tem suas razões – Antiginástica e consciência de si”.
Passo aqui com tudo isso pra ampliar essa provocação, de um modo afetivo, claro. Se sempre percorrermos os mesmos caminhos teremos os mesmos resultados. Se continuarmos imóveis, sucumbindo nossa vontade de ser livre ao medo da movimentação no palco, não saberemos como ser livre. Sim, existe uma série de técnicas e exercícios que praticamos para subir e improvisar em cena. Mas toda prática é uma tentativa e exige uma vontade inicial real de se entregar a ela.
Então o primeiro passo para melhorar a sua expressividade espacial no palco é se perguntar: do que eu tenho medo? Será que não estou esperando uma parte morta do meu corpo despertar e agir? Mas se nunca dou vida a ela… como ela tomará vida no momento em que preciso dela? Qual é essa parte?
Façam essa reflexão e continuem me acompanhando por aqui, estou disposta a apoiar quem esteja à fim de se transmutar nesse sentido!
Bjks no coração!